Nesta linha, as ações são feitas em dois níveis: o das organizações representativas dos povos indígenas da região e o dos fóruns políticos comunitários.
O trabalho com as organizações representativas dos povos indígenas do Amapá e Norte do Pará visa a formação e capacitação de membros das diretorias dessas organizações para que possam realizar a representação de suas comunidades e a defesa de seus interesses e direitos junto à sociedade envolvente e aos órgãos do governo. Oficinas, seminários, assessorias e cursos são realizados com o intuito de capacitar estes representantes para o trabalho de representação institucional. Uma das metas importantes deste trabalho é que as organizações indígenas fortaleçam sua atuação junto aos órgãos governamentais, para que possam não apenas monitorar as políticas públicas que afetam diretamente suas comunidades e os territórios em que vivem, mas também participar ativamente dos seus processo de concepção e implementação, exercendo o controle social das políticas e ações que tenham impacto sobre suas formas de vida.
Caciques Tiriyó – Parque Indígena do Tumucumaque
O apoio à realização de fóruns políticos comunitários, como assembleias e reuniões de líderes e de chefes de aldeia é outra prioridade de ação. Trata-se de espaços políticos de grande importância para que as lideranças possam se reunir, discutir problemas e construir estratégias comuns para enfrentá-los.
Articular estes dois níveis de atuação política, o dos líderes e chefes de aldeias nas Terras Indígenas, com o das organizações representativas na cidade – para que essa representação esteja pautada pelas demandas e interesses comunitários, tenham capilaridade e resultem em avanços positivos reais nas aldeias – é uma das metas do Iepé.
Digo que o Iepé é um dos parceiros principais que vem depois da FUNAI: é o que nós povos indígenas sempre podemos contar. Tomou à frente nossos trabalhos, carregando no ombro nossas necessidades. No CCPIO, o Iepé tem todo um trabalho de parceria que é fundamental para que o nosso Conselho funcione. Se o CCPIO está hoje organizado e fortalecido como uma instituição representante dos povos indígenas de Oiapoque devemos isso ao parceiro Iepé. Se temos condições de nos reunir é graças ao apoio do Iepé em todos os sentidos. Se hoje nossos direitos são garantidos é também graças a essa parceria com o Iepé.
Paulo Silva, coordenador do Conselho de Caciques dos Povos Indígenas do Oiapoque (CCPIO)
O Iepé trabalha com as duas organizações dos Wajãpi. O Iepé não tem dificuldade de trabalhar com as organizações dos Wajãpi não. O Iepé sempre faz capacitação para as diretorias, para os Wajãpi avançarem mais, pra saber administrar a organização, diminuir a dependência do branco, isso é muito importante. É assim mesmo que nós queremos. O trabalho do Iepé não é na cidade não. Quando o Iepé vai fazer curso e oficina sempre vai na aldeia pra todo mundo poder participar, todos Wajãpi podem participar da elaboração do documento. O Iepé escreve junto, corrige, discute, assim é bom, assim Wajãpi gosta. Quando os Wajãpi fazem assembleia externa, o Iepé sempre participa, nunca deixa de ir. O Iepé nunca para o trabalho no meio do caminho, o Iepé sempre avança, por isso nós queremos que o Iepé continue o trabalho dele com os Wajãpi. Nós gostamos do trabalho do Iepé também porque as pessoas da equipe não ficam mudando toda hora, e o Iepé só contrata gente que tem experiência com povos indígenas, por isso o trabalho do Iepé é muito bom.
Kumaré Wajãpi, chefe da aldeia Pairakae
Com a ajuda do Iepé, a Awatac conseguiu um parceiro que é a Rainforest que apoia o trabalho da diretoria na cidade e nas aldeias. Sem este apoio os Wajãpi não iam conseguir trabalhar na associação. O Iepé é o único que está lutando para fazer a formação dos professores Wajãpi. E está fazendo a formação para os AIS (Agentes Indígenas de Saúde) e para os pesquisadores Wajãpi também. O Iepé é o único que está fazendo formação pra gente, para os Wajãpi. Assim, no futuro os próprios Wajãpi vão administrar as suas organizações sem depender do branco. O Iepé vem preparando a gente pra que a gente mesmo assuma este trabalho.
Rosenã Wajãpi, pesquisador e presidente da Awatac
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