Concluída mais uma etapa da formação dos Agentes Socioambientais Wajãpi

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Dando continuidade à formação de Agentes Socioambientais Wajãpi (ASA) que iniciou em 2015, foi realizado, entre os dias 27 de novembro e 12 de dezembro de 2016, no Centro de Documentação e Formação Wajãpi, na Terra Indígena Wajãpi (AP), a quarta etapa da formação.

Nesta etapa, foram ministradas duas disciplinas: Produção e Sustentabilidade e Modelos de Desenvolvimento e Terras Indígenas. Na primeira, ministrada pelo historiador Felipe Garcia, foram retomados os conteúdos e as produções dos ASA na primeira etapa, realizada em dezembro de 2015, fazendo comparações entre os diferentes sistemas produtivos. Além disso, foram feitas muitas discussões sobre a organização do trabalho no sistema capitalista, as relações desiguais entre trabalhadores e empresários, que suscitaram interessantes discussões sobre o assalariamento e o consumismo dentro da TIW e como o capitalismo tem cada vez mais pressionado os Wajãpi.

Em consonância com o assunto discutido na primeira semana, o antropólogo Igor Scaramuzzi, ministrou a segunda etapa da disciplina Modelos de Desenvolvimento e Terras Indígenas. Os temas trabalhados na primeira etapa foram retomados, focando em um histórico da colonização do Brasil, o período da escravidão, a recente colonização da região amazônica. Os temas foram trabalhados a partir de textos, mapas, vídeos e explicações gerais produzidas pelos agentes socioambientais, individuais e coletivas.

Durante o curso, também aconteceu a terceira reunião do Núcleo Técnico do Plano de Gestão Socioambiental da TIW, que tem como principal objetivo monitorar a implementação das atividades previstas no Plano. Os agentes socioambientais de todas as regiões compõe o Núcleo, juntamente com o Iepé, TNC e FUNAI. A pauta principal da reunião foi discutir e avaliar a expedição para a região do Mukuru (para abertura da pista de pouso) e as outras expedições para a limpeza da picada realizadas (para o PaaKwera), e a partir disso, fazer o planejamento das expedições para 2017. Atrelado a isso, foi feita a discussão dos fundos de vigilância. Em 2017 serão feitas expedições para as seguintes regiões: Okakai, Mukuru e Kupa’y além da limpeza da picada do Pinoty – aldeia mais próxima ao limite da estrada. Ficou decidido que cada uma dessas expedições será coordenada por um ASA juntamente com o coordenador de cada um dos fundos de vigilância. Além disso, também foi retomado o diagnóstico inicial das aldeias Wajãpi para monitoramento do Plano de Gestão Socioambiental da TIW. Esse diagnóstico foi feito a partir dos questionários produzidos pelos Agentes Socioambientais Wajãpi (ASA) no módulo anterior da formação. Ao longo do próximo ano, o objetivo é aprimorar o questionário, a partir dessa primeira experiência e aplicá-lo em todas as famílias da TIW.

A próxima atividade prevista para os agentes socioambientais é o acompanhamento que será focado no mapeamento das roças e capoeiras nas regiões de ocupação de mais antigas (Aramirã, Mariry e Yvyrareta), para que seja possível planejar os experimentos que serão feitos nessas áreas para o enriquecimento das capoeiras. Além disso, os acompanhamentos pretendem auxiliar os agentes socioambientais nas suas pesquisas individuais. A próxima etapa do curso está prevista para acontecer em maio.

O curso de Formação de Agentes Socioambientais Wajãpi é realizado em parceria pelo Iepé e TNC, no âmbito de projeto “Fortalecimento da Gestão Territorial e ambiental de Terras Indígenas na Amazônia como estratégia de controle do desmatamento e de promoção do bem estar das comunidades indígenas” apoiado pelo Fundo Amazônia (BNDES).

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